Vinde a mim, vós todos que
semeastes, com lágrimas e sangue, na vinha celeste do meu reino de amor e
verdade!...
Nas moradas infinitas do Pai, há luz
bastante para dissipar todas as trevas, consolar todas as dores, redimir todas
as iniqüidades...
Glorificai-vos, pois, na sabedoria e
no amor de Deus Todo-Poderoso, vós que já sacudistes o pó das sandálias
miseráveis da carne, nos sacrifícios purificadores da Terra! Uma paz soberana
vos aguarda, para sempre, no reino dilatado e sem fim, prometido pelas divinas
aleluias da Boa Nova, porque não alimentastes outra aspiração no mundo, senão a
de procurar o reino de Deus e de sua justiça.
Entre a Manjedoura e o Calvário,
tracei para as minhas ovelhas o eterno e luminoso caminho... O Evangelho
floresce, agora, como a seara imortal e inesgotável das bênçãos divinas. Não
descansemos, contudo, meus amados, porque tempo virá na Terra, em que todas as
suas lições hão de ser espezinhadas e esquecidas... Depois de longa era de sacrifícios
para consolidar-se nas almas, a doutrina da redenção será chamada a esclarecer
o governo transitório dos povos; mas o orgulho e a ambição, o despotismo e a
crueldade hão de reviver os abusos nefandos de sua liberdade! O culto antigo,
com as suas ruínas pomposas, buscará restaurar os templos abomináveis do
bezerro de ouro. Os preconceitos religiosos, as castas clericais e os falsos
sacerdotes restabelecerão novamente o mercado das coisas sagradas, ofendendo o
amor e a sabedoria de Nosso Pai, que acalma a onda minúscula no deserto do mar,
como enxuga a mais recôndita lágrima da criatura, vertida no silêncio de sua
amargura indizível!...
Soterrando o Evangelho na abominação
dos lugares santos, os abusos religiosos não poderão, todavia, sepultar o
clarão de minhas verdades, roubando-as ao coração dos homens de boa vontade!...
Quando se verificar este eclipse da
evolução de meus ensinamentos, nem por isso deixarei de amar intensamente o
rebanho das minhas ovelhas tresmalhadas do aprisco!...
Das esferas de luz que dominam todos
os círculos das atividades terrestres, caminharei com os meus rebeldes
tutelados, como outrora entre os corações impiedosos e empedernidos de Israel,
que escolhi, um dia, para mensageiro das verdades divinas entre as tribos
desgarradas da imensa família humana!...
Em nome de Deus Todo-Poderoso, meu
Pai e vosso Pai, regozijo-me aqui convosco, pelos galardões espirituais que
conquistastes no meu reino de paz, com os vossos sacrifícios abençoados e com
as vossas renúncias purificadoras! Numerosos missionários de minha doutrina
ainda tombarão, exâmines, na arena da impiedade, mas hão de constituir convosco
a caravana apostólica, que nunca mais se dissolverá, amparando todos os
trabalhadores que perseverarem até ao fim, no longo caminho da salvação das
almas!...
Quando a escuridão se fizer mais
profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos os
progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte, derramarei
minha luz sobre toda a carne e todos os que vibrarem com o meu reino e
confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos
santificadores!...
Pela sabedoria e pela verdade,
dentro das suaves revelações do Consolador, meu verbo se manifestará novamente
no mundo, para as criaturas desnorteadas no caminho escabroso, através de
vossas lições, que se perpetuarão nas páginas imensas dos séculos do porvir!...
Sim! amados meus, porque o dia
chegará no qual todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pelas
claridades das revelações do céu. Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá
toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos, os mais
pesados tributos de sofrimentos e de sangue... Exausto de receber os fluidos
venenosos da ignomínia e da iniqüidade de seus habitantes, o próprio planeta
protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos
cataclismos... As impiedades terrestres formarão pesadas nuvens de dor que
rebentarão, no instante oportuno, em tempestades de lágrimas na face escura da
Terra e, então, das claridades da minha misericórdia, contemplarei meu rebanho
desditoso e direi como os meus emissários: “Ó Jerusalém, Jerusalém”!...
Mas Nosso Pai, que é a sagrada
expressão de todo o amor e sabedoria, não quer se perca uma só de suas
criaturas, transviadas nas tenebrosas sendas da impiedade!...
Trabalharemos com amor, na oficina
dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos,
examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo
aproveitamento e, quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na
fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção natural dos
Espíritos e dentro das convulsões renovadoras da vida planetária, organizaremos
para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do
Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual.
- Discurso
de Jesus em visita a uma elevada estação de repouso espiritual, onde
jaziam os primeiros mártires do cristianismo, recém-desencarnados,
devorados pelas feras no Circo Máximo de Roma no ano 58 da era cristã.
- Relato
do Espírito Emmanuel, pelo médium Francisco Cândido Xavier, no romance
histórico “Há Dois Mil Anos”, Segunda Parte, capítulo VI (pp. 352-355).
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