MIRANDA, H. C. Diálogo com as sombras: teoria e prática.
24 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
I.
QUEM É O
DOUTRINADOR?
[...] o chamado
doutrinador não é o sumo-sacerdote de um culto ou de uma seita, [...], a ditar
normas de ação e a pregar, presunçosamente, um estágio ideal de moral, que nem
ele próprio conseguiu alcançar. [...], no grupo mediúnico, ele é apenas um dos
componentes, um trabalhador, e não mestre [...]. (p. 75)
I.
QUALIDADES OU
APTIDÕES BÁSICAS DO DOUTRINADOR
1. Formação doutrinária muito sólida, com apoio
insubstituível nos livros da Codificação Kardequiana.
§ Não poderá jamais fazer um bom trabalho sem
conhecimento íntimo dos postulados da Doutrina Espírita. Entre os Espíritos que
lhe são trazidos para entendimento, há argumentadores prodigiosamente
inteligentes, bem preparados e experimentados em diferentes técnicas de debate,
dotados de excelente dialética.
2. Familiaridade com o Evangelho de Jesus.
§ [...] o doutrinador [...] deve estar preparado para
discutir o problema pessoal do Espírito [...],
intercalando aqui e ali um pensamento evangélico que se adapte às condições
desenvolvidas no diálogo. (p. 76)
3. Autoridade moral.
§ O Espírito que debate conosco sabe de nossas
inúmeras fraquezas, tanto quanto nós, e até mais que nós [...] por serem [...]
companheiros de antigas encarnações [..], comparsas de desacertos hediondos; (p.
77)
§ Deve lembrar-se, porém, de que somos julgados e
avaliados não pelos resultados que obtemos, mas pelo esforço que realizamos
para alcançá-los.
4. Fé.
§ O doutrinador precisa, ainda, ser uma criatura de fé viva, positiva, inabalável. [...] A
fé espírita, [...]: sincera, convicta, lógica, plenamente suportada pela razão,
mas sem se deixar contaminar pela frieza hierática do racionalismo estéril e
vazio (p. 78)
§ Ele precisa estar confiante nos poderes espirituais
que sustentam o seu trabalho, [...]. Ele tem de saber que, ao levantar-se para
dar um passe, a fé lhe trará os recursos de que necessita para servir. Ele deve
saber que, ao formular a sua prece, vai encontrar a resposta ao que implora, em
benefício do companheiro que sofre. (p. 81)
5. Amor.
§ É desse amor-doação que precisa o doutrinador. Do
amor que, segundo o Cristo, devemos sentir com relação aos nossos próprios
inimigos. (p. 82)
§ [...] Espíritos conturbados, [...] ao se
apresentarem diante de nós, vem com a força e a agressividade de inimigos implacáveis.
Se respondermos à sua agressividade com a nossa, o trabalho se perde e
desencadeamos contra nós a reação sustentada da cólera, do rancor, do ódio.
§ Sem amor profundo, pronto na doação, incondicional,
legítimo, sincero, é impraticável o trabalho mediúnico realmente produtivo e
libertador. (p. 83)
II.
QUALIDADES OU
APTIDÕES DESEJÁVEIS DO DOUTRINADOR
1. Paciência:
Não pode ele,
sem prejuízo sério para o seu trabalho, atirar-se sofregamente ao
interrogatório do Espírito manifestante. Tem que ouvir, aturar desaforos e
impropérios, agressões verbais e impertinências. Tem que aguardar o momento de
falar. (p.84)
2. Sensibilidade:
[...] que o
levará a sentir pacientemente o terreno estranho, difícil e desconhecido em que
pisa, as reações do Espírito, procurando localizar os pontos em que o
manifestante, por sua vez, seja mais sensível e acessível.
3. Tato:
[qualidade
pessoal] segundo a qual, vamos, pela observação cuidadosa, serena, nos
informando de determinada situação ou acontecimento, até que estejamos seguros
de poder tomar uma posição ou uma decisão sobre o assunto.
4. Energia:
[...]
que deve ser controlada e oportuna. [...] que não pode ser contundente nem
agressiva. [...] e o momento tem que ser o certo. Nem antes, nem depois da
oportunidade.
5. Vigilância:
[...] quanto aos
seus próprios sentimentos e pensamentos, quanto às suas suposições e intuições,
quanto ao que contem nas entrelinhas do que diz o manifestante, quanto ao que
ocorre à sua volta, com os demais componentes do grupo, quanto à sua própria
conduta [...] no seu proceder diário. [...] O doutrinador precisa servir em
estado de alerta constante. (p. 85)
6. Humildade:
[...] A
princípio, para aceitar as ironias, agressões e impertinências dos pobres
irmãos atormentados. Depois [...] para não assumir a atitude do vencedor que
pisa na garganta do vencido, para mostrar o seu poder e confirmar a sua vaidade
e seu orgulho.
[...] é
necessária, também, quando não conseguimos convencer o companheiro infeliz. (p.
87)
7. Destemor:
[...] em
trabalho mediúnico, temos que ser destemidos, sem ser temerários. Coragem não é
o mesmo que imprudência. (p. 88-89)
Nada de temores
infundados. Sofremos apenas aquilo que está nos nossos compromissos
espirituais, e não em decorrência do trabalho de desobsessão. [...] O trabalho
está sob a proteção de forças positivas e abençoadas. (p. 89)
8. Prudência:
[...] mais uma
das aptidões necessárias ao bom desempenho
do trabalho mediúnico, em geral, e do doutrinador, em particular [pois] A
proteção existe, mas não para dar cobertura à imprudência , à
irresponsabilidade.
(p. 90)
Devemos lembrar
ainda que:
§ [...] o doutrinador é, usualmente, o pára-raios predileto
do grupo [...];
§ [...] Disciplina não é sinônimo de ditadura. (p. 91)
§ Precisa [o doutrinador] tratar a todos, médiuns ou
não, com o mesmo carinho e compreensão, sem paternalismos e preferências, mas
sem má vontade contra qualquer um dos membros da equipe. (p. 92)
Estou na série( iniciandos) certa,com os doutrinadores certos. AVE CRISTO.
ResponderExcluirTodos nós estamos em transição, amigo, do homem velho para o homem novo e renovado no amor. Todos estamos reiniciando. Obrigado pela visita e pelo comentário. Convide outras pessoas, por favor.
ExcluirAbraços fraternos e até a nossa próxima aula.
Neto Pimentel
Iniciei estudo para esclarecedor( nome que a casa do caminho, identifica seu doutrinador) Iniciei na doutrina deste de julho de 1994. Percebo que cada vez mais necessito do conhecimento. Obrigado.
ResponderExcluirObrigada,o resumo foi importante para meu conhecimento, estamos a caminho sem estudo nada será possível, sigo confiante na doutrina e no conhecimento colocado de maneira simples e clara, muito grata abraço fraterno .
ResponderExcluirComo posso continuar com esse resumo do livro...Gostei muito.
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