É muito comum nos centros espíritas, durante as reuniões de vibrações ou de desobsessão, a formulação, por parte dos dirigentes, do seguinte convite: "vamos emanar amor...". Então, começamos a refletir sobre isto.
Por que eu devo doar amor? Para
agradar aos Benfeitores Espirituais e deles receber reconhecimento e elogio? Ou
será porque com este exercício eu vou impregnando a mim mesmo dessa energia
vitalizante e curadora da qual sou o maior necessitado?
Devo emanar amor porque preciso
ajudar no socorro dos desencarnados menos felizes ou em função da minha própria
carência dessa proteína fluídica no
meu espírito?
De qualquer modo, esta emanação do amor precisa fazer-se
presente em todos os momentos e lugares da vida cotidiana. Quem frequentemente
não emana amor na convivência familiar, no trabalho, na rua, no trânsito, na
dor e na alegria, seguramente terá enormes dificuldades em fazê-lo numa sessão
mediúnica de desobsessão.
É bom considerarmos, também, que em
determinados meios e instantes é possível que haja uma presença bem maior de
espíritos necessitados do que em algumas reuniões espíritas específicas. E lá
estará o médium, possivelmente cultivando pensamentos e sentimentos indignos e
destoantes do amor, do equilíbrio. Em certas situações ele se torna tão
necessitado de socorro quanto os desencarnados, ou mais que estes.
Vigilância é amor. Em primeiro
lugar por nós mesmos. Ora, quando cercamos um filho querido de cuidados e
vigilância para que não sofra algum acidente, tal postura remete inicialmente
ao auto-amor e, depois ou simultaneamente, ao altruísmo. Inconscientemente, não
queremos que o mal aconteça ao rebento para que não soframos e, em seguida,
porque não desejamos que se fira.
Do ponto de vista espiritual, ao
assumirmos a postura de alerta constante quanto aos pensamentos, permitindo
livre acesso apenas àqueles condizentes com a ética cristã, estaremos agindo
amorosamente com nós e com a coletividade, visto que dos bons pensamentos
resultarão certamente palavras e atitudes de igual teor, que alcançarão os
circunstantes, neles gerando doces e saudáveis sensações, as quais seremos nós
os primeiros a sentir.
Oração é amor. Á medida em vamos
tomando mais acurados domínios sobre o mecanismo de ação da prece, mais se
fortalece nela a nossa fé. Então, nos cercamos da certeza da sua validade como
alimento do espírito, benfeitora legítima e eficaz da vida.
Oramos buscando saúde, equilíbrio,
amparo, coragem, consolação, aconselhamento seguro. Oramos, enfim, para nos
sustentar na vigilância.
Portanto, sendo vigilantes e
atentos à oração, nos candidatamos a sermos fontes ou canais contínuos da
emanação do amor.
Emanemos amor por e para nós mesmos e
nos deixemos envolver nas suaves brisas advindas desse proceder. Depois
estendamos a atitude para o outro, nosso irmão, nossa irmã. E eis o cumprimento
da orientação de Jesus de amarmos ao próximo como a nós mesmos.
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